Praia de Himare na Riviera Albanesa |
Esta região do país é famosa pelo turismo em época de verão, contudo os turistas que a visitam são de nacionalidade albanesa visto não ser uma região turística muito divulgada internacionalmente apesar do seu crescente potencial neste âmbito.
História
Uma das igrejas da aldeia de Dhermi |
Durante muito tempo esta foi uma região muito isolada do resto do país, facto que pode explicar o porquê de aldeias rurais de montanha como Himarë, Vuno e Dhërmi terem características únicas que as fazem ser diferentes de muitas outras pequenas aldeias rurais albanesas.
As altas e sinuosas montanhas que muito dificultam o acesso a esta região votaram-na a um grande isolamento face ao resto do país.
Contudo o grande isolamento da região tornou possível a sua resistência à ocupação do Império Otomano durante muito tempo, quando este já dominava toda a Albânia, e, por isso, a manutenção da sua cultura de matriz cristã, ainda hoje bem patente.
Como estão geograficamente muito afastados do resto da Albânia, aqui desenvolveram-se laços muito fortes com a vizinha ilha grega de Corfu, bem como outras ilhas do Mar Jónico, que levou os habitantes desta área a desenvolver uma singularidade especifica da qual faz parte o uso da língua grega em vez do idioma albanês.
As altas montanhas próximas da costa jónica (esq) e um abrigo de pastores na montanha (dta)
As altas e sinuosas montanhas que muito dificultam o acesso a esta região votaram-na a um grande isolamento face ao resto do país.
Contudo o grande isolamento da região tornou possível a sua resistência à ocupação do Império Otomano durante muito tempo, quando este já dominava toda a Albânia, e, por isso, a manutenção da sua cultura de matriz cristã, ainda hoje bem patente.
Como estão geograficamente muito afastados do resto da Albânia, aqui desenvolveram-se laços muito fortes com a vizinha ilha grega de Corfu, bem como outras ilhas do Mar Jónico, que levou os habitantes desta área a desenvolver uma singularidade especifica da qual faz parte o uso da língua grega em vez do idioma albanês.
As altas montanhas próximas da costa jónica (esq) e um abrigo de pastores na montanha (dta)
Nestas aldeias a língua grega é a utilizada na vida quotidiana, apesar das tradições antigas, como a música e dança popular, estarem relacionadas com a língua e cultura albanesa.
Todavia esta questão ultrapassa um pouco o âmbito histórico, entrando no campo político e por isso as explicações / justificações são várias, mas a versão mais difundida pelos albaneses é a de que os habitantes desta região a sul do país, desde os tempos mais remotos, usavam a língua albanesa e não a grega como sucede actualmente.
Duas perspectivas da bonita aldeia de Dhermi na Riviera da Albânia
A politização desta questão faz com que a população desta área da Albânia não esteja incluída oficialmente na minoria grega que reside na Albânia, mesmo que o governo grego tenha concedido a estes cidadãos a cidadania grega bem como as respectivas reformas, facto que as ajuda a "sentirem-se" gregos em vez albaneses.
Nesta região misturam-se a vida rural das aldeias e o turismo de verão nas praias do mar jónico
Actualmente o governo está a apostar na modernização das antigamente precárias vias de circulação rodoviária que ligam esta área do país a Tirana com o intuito de impulsionar o potencial turístico desta zona do território albanês. Porém, o actual nível das infraestruturas turísticas desta área, um pouco à semelhança do resto da Albânia, não a permitem ainda, nem nos tempos mais próximos, competir com a vizinha Grécia.
No entanto os baixos preços aliados às bonitas paisagens de água azul cristalina lado a lado com uma bem presente vida rural das aldeias muito próximos do mar, fazem com que a Riviera Albanesa possa ser uma hipótese a ter em conta para umas futuras férias de verão bem passadas e muito em conta.
Diário de Viagem
A minha visita à Riviera da Albânia foi em Maio de 2012. De Tirana desloquei-me até à cidade de Vlore e dali entrei na renovada estrada até às montanhas do parque natural de Llogarah, onde termina o Mar Adriático e começa o Mar Jónico.
A minha visita à Riviera da Albânia foi em Maio de 2012. De Tirana desloquei-me até à cidade de Vlore e dali entrei na renovada estrada até às montanhas do parque natural de Llogarah, onde termina o Mar Adriático e começa o Mar Jónico.
Paisagem vista das altas montanhas de Llogarah que separam os Mares Adriático e Jónico
A estrada que passa pelas montanhas inseridas no parque natural de Llogarah
durou cerca de quarenta minutos, até se atingir mais de mil metros de
altitude. Na área do Parque Natural de Llogarah existem pequenas aldeias
com a sua vida rural, o seu vinho caseiro e os seus típicos assados de borrego
que nos lembram o inverno, e que nos fazem por um momento quase duvidar que
logo depois destas montanhas se encontram as belas praias do mar jónico com a
sua água verde cristalina. Ao atingir a parte mais elevada por onde passa a estrada
de montanha consegue ver-se grande parte da linha costeira da Riviera albanesa.
Quando ali me desloquei foi à hora do pôr-do-sol que cheguei ao alto da
montanha e a paisagem era de facto algo fora do normal. Após atingir o alto das montanhas a estrada começa
a descer com grande inclinação para uma altura próxima do nível do mar. Durante
o ziguezague das estradas de montanha existem várias aldeias antigas com as
suas pequenas casas de pedra, as suas igrejas, e os seus antigos castelos
construídos nas montanhas e virados para o mar.
Vista desde as montanhas de Llogarah |
Aldeia de Dhermi, com as suas várias igrejas e o seu castelo no topo de uma das montanhas
As íngremes montanhas acompanham-nos sempre no
caminho até Saranda tornando algo difícil o acesso às praias, o que faz
com que a maior parte da costa não esteja explorada a nível turístico.
As montanhas estendem-se por toda a linha costeira tornando dificil o acesso às praias
Bunker numa encosta próxima do mar em Livahd (esq) e Bunker na praia em Borsh (dta)
Praias em Livahd, região de Himara
Continuando na estrada para Saranda, a próxima paragem a efectuar deve ser em Porto Palermo. Trata-se de uma linda baía muito isolada sem qualquer tipo de infraestruturas turísticas nas suas imediações, à excepção de um restaurante de peixe, e de um castelo otomano do século XIX.
Em cima: Praia na baía de Porto Palermo (esq) Ilha de Porto Palermo (dta)
Em baixo Baía de Porto Palermo (esq) Castelo na ilha de Porto Palermo (dta)
A construção do castelo, que se encontra numa ilha no meio da baía, remonta aos tempos da ocupação Otomana. Foi construído por Ali Pasha tendo como base para a sua construção as fundações de uma muito antiga fortaleza que ali existia. A entrada no castelo custa 100 lek (cerca de 70 cêntimos de euro).
Interior do castelo de Porto Palermo (esq) Vista de uma das janelas do castelo (dta)
A paisagem pitoresca do castelo e da ilha com uma linda baía com praias como pano de fundo tornam inevitável uma paragem neste lugar. Do castelo, se olharmos bem poderemos localizar a olho nu uma antiga base de submarinos alemã que remonta à II Guerra Mundial, cuja entrada é vedada ao público.
Instalações da antiga base de submarinos (esq) Fortificações na praia junto à antiga base (dta)
Dois panoramas diferentes da praia de Qeparo
Todavia nem o acidentado terreno que caracteriza esta parte do país, nem mesmo a beleza e potencial das praias foram argumentos suficientes para demover o antigo líder comunista albanês de construir nesta zona vários dos "seus" 700 mil bunkers.
A aldeia de Himare tem várias praias e muitas antigas tavernas gregas, apesar da maior parte da população etnicamente grega ter deixado a aldeia nos anos 90, além de uma muito típica parte antiga ainda não muito descaracterizada pelo aumento do turismo nos últimos tempos.
Praias em Livahd, região de Himara
Continuando na estrada para Saranda, a próxima paragem a efectuar deve ser em Porto Palermo. Trata-se de uma linda baía muito isolada sem qualquer tipo de infraestruturas turísticas nas suas imediações, à excepção de um restaurante de peixe, e de um castelo otomano do século XIX.
Em cima: Praia na baía de Porto Palermo (esq) Ilha de Porto Palermo (dta)
Em baixo Baía de Porto Palermo (esq) Castelo na ilha de Porto Palermo (dta)
A construção do castelo, que se encontra numa ilha no meio da baía, remonta aos tempos da ocupação Otomana. Foi construído por Ali Pasha tendo como base para a sua construção as fundações de uma muito antiga fortaleza que ali existia. A entrada no castelo custa 100 lek (cerca de 70 cêntimos de euro).
Interior do castelo de Porto Palermo (esq) Vista de uma das janelas do castelo (dta)
A paisagem pitoresca do castelo e da ilha com uma linda baía com praias como pano de fundo tornam inevitável uma paragem neste lugar. Do castelo, se olharmos bem poderemos localizar a olho nu uma antiga base de submarinos alemã que remonta à II Guerra Mundial, cuja entrada é vedada ao público.
Instalações da antiga base de submarinos (esq) Fortificações na praia junto à antiga base (dta)
A próxima paragem após Porto Palermo é Qeparo, uma aldeia que olha o mar através das montanhas. As praias não são longe da aldeia, sendo apenas necessário passar o grande olival que se estende quase até à praia.
Aqui é notória a falta de infraestruturas turísticas ao nível de hotéis e restauração, todavia, com o devido planeamento por parte das autoridades locais o turismo nesta parte da Albânia tem tudo para poder prosperar.
Aqui é notória a falta de infraestruturas turísticas ao nível de hotéis e restauração, todavia, com o devido planeamento por parte das autoridades locais o turismo nesta parte da Albânia tem tudo para poder prosperar.
Dois panoramas diferentes da praia de Qeparo
Continuando a seguir a estrada, cerca de 15
minutos depois de Qeparo a mesma estrada passa pelo interior da aldeia
de Borsh que além das suas tavernas e cafés também tem as suas praias.
Para ali chegar é preciso virar à direita para a estrada em direcção ao mar com
cerca de três quilómetros.
A Riviera Albanesa termina em Saranda, que
é talvez o ponto mais turístico de toda a Albânia. Aqui o turismo é diferente
do praticado nas outras praias da costa jónica. Ao contrário das pequenas e
rurais aldeias da Riviera Albanesa, Saranda é uma cidade grande, embora
muito descaracterizada pelo incontrolado desenvolvimento turístico, com alguma
capacidade hoteleira, e, no verão, com uma animada vida nocturna, com inúmeros
bares e discotecas.
Nos meses de verão Saranda é também porta de entrada para alguns "curiosos" turistas em Corfu, a vizinha ilha grega, que dali se deslocam para conhecer a misteriosa e para muitos desconhecida Albânia.
Como Chegar
Mapa da região da Riviera Albanesa |
Caso nos desloquemos a partir de Tirana, é mais fácil deslocar-nos à Riviera Albanesa a partir de Vlore, uma cidade que é das
maiores da Albânia, e que por isso está bem conectada com Tirana, através de
minivans, autocarros e até comboio. O percurso efectuado é quase directo:
Tirana - Fier - Vlore.
Caso queiramos começar o trajecto por Saranda, podemos
chegar a esta cidade através de Corfu, por intermédio de uma viagem de ferry de
cerca de 45 minutos, ou também através de Tirana. De Tirana, o acesso à Saranda
é mais difícil do que a Vlore, já que se trata de uma viagem muito longa, de
mais de 7 horas, existindo apenas as opções de minivan ou autocarro, sendo este
último mais lento.
Caso aluguemos um carro podemos chegar de Tirana até Saranda
através da estrada Tirana - Fier - Tepelene - Gjirokaster - Saranda.
Iniciando o percurso da Riviera Albanesa por Saranda, a
estrada, recentemente renovada e quase sem trânsito, até Llogarah é a seguinte:
Saranda - Shënvasije (11 km) - Lukovo (8 km) - Piqeras (9 km) - Borsh (2 km) -
Qeparo (11 km) - Spillës (2 km) - Himarë (4.5 km) - Vuno (4.5 km) - Dhërmi (3
km) - Palasë (11 km) - Llogarah
O Governo grego concedeu milhares de passaportes/documentos de cidadania grega a todos os albaneses da Riviera Albanesa?
ReplyDeletePS: Adorei as fotos da Raviera Albanesa.
Ae André! Sim é verdade.. vamos dizer que o governo grego "financia" a cultura grega nessas aldeias!
DeleteSim cara as fotos estão boas mas poderiam estar melhores já que não tive a sorte de estar bom tempo quando estive nesses lugares.
abraço