Tuesday, May 21, 2013

Aegina - Αίγινα

Porto de Aegina situado na cidade capital da ilha também chamada Aegina


Em tempos remotos um dos maiores rivais de Atenas, Aegina é uma das ilhas Argo-Sarónicas situadas no golfo com o mesmo nome, a apenas 27 quilómetros de Atenas. O nome Aegina é o tem origem no nome da mãe de Éaco, um mítico herói da Grécia Antiga nascido nesta ilha e da qual viria a tornar-se rei. Trata-se de uma pequena ilha com uma população de 13 mil pessoas e com aproximadamente 87 quilómetros quadrados dos quais um terço são um vulcão extinto. O norte da ilha é constituído por planícies algo férteis onde são cultivadas vinhas, amêndoas, azeitonas, figos e pistácios, a cultura mais importante da ilha. O extremo sul da ilha, onde se situa o ponto mais alto de Aegina, o Monte Oros a 530 metros de altitude, é bastante montanhoso e de difícil acesso.


História


Existem achados arqueológicos na ilha que indicam que a área é habitada desde tempos bastante remotos. Situada entre Ática e o Peloponeso Aegina era uma colónia de Epidauro por onde passavam as rotas comerciais desde tempo remotos. A importância marítima de Aegina remonta aos tempos pré-Dóricos e a sua ascensão levou a que se tornasse no século VI a.c. num dos três principais estados comerciais da Grécia Antiga. Porém, ao contrário de outros estados comerciais como o Corinto, Cálcis e Mileto, Aegina não fundou nenhuma colónia.

Na mitologia grega, Aegina era o nome da filha do deus dos rios Asopo e da ninfa Metope

No principio do século VI a.c. as relações com Atenas pioraram a partir do momento em que esta promulgou leis que visavam limitar o comércio de Aegina na região de Ática apesar de existir uma lenda de que as disputas entre os dois estados começaram pela disputa de uma imagem da deusa Horas, uma das filhas de Zeus, que teria sido roubada de Epidauro, o estado-pai de Aegina.
Aegina decidiu aliar-se à cidade de Tebas quando esta estava na eminencia de ser derrotada por Atenas em 507 a.c. começando a patrulhar o mar do estreito de Ática, facto que gerou represálias de Atenas.
Aegina era o local de reunião dos Mírmidones
que acompanharam Aquiles na Guerra de Tróia
No ano de 491 a.c. Aegina submeteu-se finalmente ao Império Persa e isto levou a que Atenas ordenasse a que Esparta punisse a ilha levando os seus cidadãos como reféns para Atenas. As Guerras entre Atenas e Aegina duraram até 507 a.c. até ao Istmo de Corinto. No entanto, a resistência de Aegina a Xerxes I da Pérsia revelou-se mais importante do que propriamente a de Atenas o que tornou evidente a sua importância no esquema de defesa marítima da Grécia.
Uma mudança de politica de Atenas resultou na primeira Guerra do Peloponeso durante a qual os maiores combates travados foram entre o Corinto e Aegina, e culminaram na rendição de Aegina a Atenas após um cerco. Em 431 a.c. Atenas expulsou todos os habitantes da ilha de Aegina para ali estabelecer uma colónia militar. A maior parte acabou exterminada e os sobreviventes foram angariados pelos Espartanos para lutar contra Atenas durante a Guerra do Corinto.

Quando Zeus quis criar uma tropa de elite pensou em Aegina que sem populaçao pode acolher os Mírmidones

É comum associar-se a queda de Aegina com a ascensão da marinha de Atenas que assim se sobrepôs à sua, no entanto, terá sido a supressão do comércio durante a guerra com a Pérsia que hipotecou a maior fonte de recursos da ilha debilitando a sua força naval. A ruína de um estado oligarca outrora poderoso, de alguma forma um espelho do que viria a passar-se com a Grécia antiga, explica-se devido às condições económicas da ilha que se baseavam no trabalho forçado da maior parte dos seus habitantes.
Linha costeira da ilha de Aegina
Após a queda da Grécia Antiga a ilha foi dominada por Romanos e posteriormente por Bizantinos, na sequência da divisão do Império Romano em 395. Aegina permaneceu sob domínio Bizantino até ao fim deste Império, mesmo durante o critico período entre os séculos VII e VIII, durante o qual a Grécia Continental bem como a maior parte do território dos Balcãs foram invadidos pelos povos eslavos.
No século IX registou-se um impulso cultural da ilha muito em parte devido às construções religiosas apenas travado pelas invasões árabes oriundas de Creta que levaram à fuga de grande parte da população para a Grécia Continental que causaria a quase desertificação da ilha durante os séculos seguintes devido ao medo que a ameaça dos piratas suscitava nas populações.

 Poucas construções religiosas resistiram à presença Otomana em Aegina

Catedral de São Nectarius de Aegina
Após a reconquista Cristã pela IV Crusada em 1204, a ilha de Aegina foi concedida à República de Veneza que apenas passou a controlar directamente a ilha no ano de 1451 após o governador da ilha, na eminencia de uma invasão Otomana, ter assinado um tratado que a colocava directamente sob domínio de Veneza.
Em 1463 teve inicio a Guerra Turco-Veneziana que custou aos Venezianos, após o estabelecimento da paz em 1479, grande parte das suas colónias nas ilhas do Mar Egeu e Jónio, como as ilhas Cíclades, bem como outras colónias como Scutari, apesar de ter continuado a assegurar o domínio de ilhas como Mykonos, Tynos e Aegina.
Em 1537 o Sultão Suleiman declarou guerra a Veneza e devastou grande parte das Ilhas Jónias, incluindo Aegina onde foi massacrada a população masculina e levadas como reféns as mulheres e crianças sobreviventes. Os Otomanos permaneceram na ilha de Aegina até ao inicio da Guerra da Independência Grega em 1821.



Diário de Viagem

No inicio do mês de Maio de 2012 quando estava a visitar a cidade de Atenas decidi visitar a ilha de Aegina  por várias razoes, em primeiro lugar por se situar a apenas 40 minutos desde o Porto de Pireus, e também devido ás suas praias magníficas bem como à sua rica história.


 O porto de Aegina situa-se na capital da ilha, com o mesmo nome, e dista apenas 40 minutos do Porto de Pireu

A história da ilha é bastante rica daí existirem inúmeras ruínas e sítios arqueológicos como o templo de Aphaia, parte de um templo pré-cristão, bem como aldeias medievais como a de Paleochora, ou antigas igrejas bem como austeras mansões clássicas na capital como as do período de Ioannis Kapodistrias (1776-1831), o primeiro governador da Grécia moderna.
 
 A paisagem da ilha de Aegina é maioritariamente seca e destacam-se os famosos moinhos gregos

Um dos locais mais visitados da ilha é a igreja de Agios Nektarios (1846-1920), um dos mais conhecidos santos Ortodoxos Gregos, reconhecido como santo pelo Patriarcado Ecuménico de Constantinopla em 1961. Todos os anos no dia 9 de Novembro, dia do nome deste santo, milhares de pessoas visitam o seu túmulo para rezar por ele na esperança de que serão atendidas nas suas preces.

 Em cima: Banca junto ao porto de Aegina. Em baixo: A igreja de Agios Nektarius e um edifício clássico em Aegina

Uma das melhores coisas para fazer em Aegina é caminhar pela sua capital, começando no pequeno porto da cidade passando depois pelas estreitas ruas compostas por casas aristocráticas, bem como pelo pequeno mercado onde estão os mercadores de pistácios, a maior cultura da ilha. Outra das atracções são os mercadores que expõem as suas bancas de frutas dentro dos seus próprios barcos. A melhor forma de acabar o dia é beber um Ouzo, aguardente grega, numa das típicas tavernas antes de regressar ao porto.


Como Chegar 

Um dos ferry-boat que liga Atenas a Aegina
Existem serviços regulares de ferry-boats desde o Porto de Pireus até à ilha de Aegina, num percurso que dura cerca de 40 minutos e que custa cerca de 15 euros. Uma vez na ilha existem serviços de autocarro que ligam a capital da ilha, também chamada Aegina, com vários outros pontos da ilha, como o destino de praia mais conhecido Agia Marina, ou a espectacular aldeia de pescadores de Portes. No entanto a melhor maneira de conhecer a ilha é alugar uma scooter e explorá-la à nossa maneira parando sempre que se possamos numa das belas praias que certamente encontraremos pelo caminho.

1 comment:

  1. Como sempre, belas fotos! Aegina parece uma perfeita combinaçao entre uma rica historia com paisagem natural privilegiada.

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