Monday, April 22, 2013

Atenas - Αθήνα

A Acrópole de Atenas vista à noite desde o bairro de Kolonaki



Atenas é a capital e a maior cidade da Grécia e uma das mais antigas cidades do mundo que data de pelo menos de há 3400 anos atrás. Atenas era uma poderosa cidade-Estado, um centro artístico, de filosofia e conhecimento, e o principal berço da civilização ocidental, bem como o local de nascimento da democracia. Na cidade existem dois monumentos catalogados como Património Mundial da UNESCO, a Acrópole de Atenas e o Mosteiro Daphni. Hoje, com uma população de mais de 4 milhões de pessoas, é uma metrópole cosmopolita, o principal centro económico, financeiro, industrial, político e cultural da Grécia. 



História

Os primeiros dados relativos à presença humana em Atenas datam do século XI a.c., sendo que se estima que a cidade seja continuamente habitada pelo menos desde há 7 mil anos. Por volta de 1400 a.c. a cidade tornou-se num importante centro da civilização Micénica. A posição da cidade sedimentou-se como o centro do mundo Grego principalmente devido ao significado icónico da Acrópole mas também devido ao seu acesso privilegiado ao mar, facto que lhe dava vantagem sobre outras fortes civilizações do mundo grego, como Esparta e Tebas. 

Duas perspectivas da Acrópole vista do complexo arqueológico de Olympeion

O impacto cultural e político de Atenas durante os séculos IV, V e VI antes da nossa era influenciaram o futuro do continente europeu principalmente devido às reformas de Sólon que foram o inicio do caminho que levou os gregos a adoptar a democracia em 508 a.c., por Clístenes. Também por esta altura Atenas tornou-se numa grande potencia naval que com uma enorme frota estimulava e apoiava as rebeliões que proliferavam pelas cidades da Costa Jónica e que deram origem às Guerras Greco-Persas que foram vencidas por Atenas, que aliada a Esparta, venceu definitivamente os Persas em 480 a.c.

Várias fotografias do complexo arqueológico da Acrópole de Atenas

As décadas que se seguiram ficaram conhecidas como a Idade de Ouro da democracia de Atenas, durante a qual a cidade se tornou a cidade mais influente do antigo mundo Grego, devido a todos as suas conquistas a nível cultural, que deixaram as fundações para a civilização moderna ocidental.
Os ambiciosos projectos de construção que foram levados a cabo na Acrópole, que incluíram o Parthenon, em função da coligação das cidades-Estado da Grécia e a sua mobilização na Guerra contra os Persas, rapidamente resultaram no crescimento de ideias algo imperialistas no seio das elites de Atenas que desencadearam a Guerra do Peloponeso, entre 431 e 404 a.c., da qual Atenas saiu derrotada por Esparta, o seu principal rival no mundo Grego.

Vista da cidade de Atenas a partir da Acrópole

O período final da antiguidade coincidiu com um período de declínio em Atenas do qual apenas recuperou na segunda metade do período Bizantino, do século IX ao X, antes da ocupaçao Otomana em 1458, um período que os Gregos não gostam de recordar.

O monte de Lykabettus visto desde a Acrópoles (em cima) Turistas na zona da Acrópole (em baixo)

Após a Guerra da Independência Grega a cidade de Atenas foi a escolhida para capital do recém-criado Estado da Grécia em 1834, principalmente devido à sua carga histórica, embora naquela altura não fosse mais do que uma pequena cidade construída à volta da colina da Acrópole, que apenas foi redesenhada e transformada numa cidade maior e mais moderna por arquitectos alemães contratados pelo primeiro Rei da Grécia.    
 
O complexo arqueológico da antiga Ágora de onde se pode vislumbrar também a Acrópole


Diário de Viagem

Visitei por três vezes a cidade de Atenas que é uma das minha cidades preferidas da Europa, e as fotografias que apresento neste blog são provenientes das minhas três viagens a esta cidade, que datam dos anos de 2009, 2010 e 2012.

Fotografias minhas em Atenas em 2009, na varanda de uma casa em Atenas (esq) e no topo da Acrópole (dta)

Tendo a sorte de ter um grande amigo e antigo colega de faculdade natural e residente em Atenas, além de conhecer toda a beleza e esplendor desta fantástica cidade, tive também a oportunidade de conhecer a Atenas não turística, as suas antigas e típicas tavernas gregas e as suas ruas a fervilhar de actividade política e estudantil.  

As ruas da não turística Atenas com o seu transito caótico, as suas igrejas, e a característica simpatia dos gregos.

A primeira coisa que me lembro de ter visitado em Atenas foi a praça Syntagma, a maior e mais central praça da cidade e onde se situa o Parlamento Grego bem como os mais emblemáticos hotéis de Atenas, e palco dos motins e manifestações contra a crise que têm tido lugar na cidade nos últimos tempos.

A fachada do parlamento grego situado na Praça Syntagma (em cima) O render da guarda do Parlamento (em baixo)

A rua mais cosmopolita da cidade é a rua Ermou, que tem aproximadamente um quilómetro durante o qual se podem encontrar lojas das melhores marcas do mundo, liga a praça Syntagma à praça Monastiraki, um dos centros turísticos de Atenas.
 
No final da rua Ermou situa-se a Igreja de Panaghia Kapnikarea, uma das igrejas mais antigas de Atenas ao datar de 1050

A zona de Monastiraki é conhecida pelas pequenas lojas e mercados onde também existem várias tavernas gregas onde pude finalmente provar o famoso souvlaki. Nesta zona existe uma igreja Bizantina do século XI, depois convertida em mesquita pelos Otomanos no século XV, e hoje um museu após ter sido usada pelo exército como armazém e prisão após a independência. Na área vizinha de Thission, situa-se o templo de Hefesto, em cima de uma pequena colina. situa-se o templo de Hefesto, em cima de uma pequena colina.

A antiga mesquita de Tsisdarakis do século XVIII situa-se mesmo em frente a estação de Monastiraki

A zona de Plaka situa-se no sopé da encosta onde está a Acrópole de Atenas e é famosa pelos edifícios construídos em estilo neo-clássico e é uma das zonas mais bonitas da cidade onde se podem encontrar muitas esplanadas e cafés, além das típicas tavernas gregas.

 
As tavernas gregas e as ruínas da antiga Ágora misturadas com edifícios neo-clássicos são as imagens do bairro de Plaka

Ignorando o principal caminho desde o bairro de Plaka até à Acrópole podemos chegar à Acrópole passando no interior do bairro de Anafiotika. Este é um lindo bairro de ruas estreitas de casas brancas que se estendem pela subida da colina cujas primeiras casas foram construídas após a independência da Grécia por recém-chegados das ilhas gregas aos quais se juntaram outros habitantes gregos provenientes da Ásia Menor aquando das trocas populacionais efectuadas entre a Grécia e o Império Otomano.

O bairro de Anafiotika tem vindo a ser demolido para trabalhos arqueológicos e os moradores transferidos para outros bairros

A arquitectura de Anafiotika, pelo facto de este bairro ter sido construído por pessoas provenientes das ilhas gregas dá ao visitante a sensação de estar numa ilha grega onde predominam as pequenas casas brancas cobertas de plantas, embora estejamos no centro de Atenas. 

Em 1950 parte desde bairro foi destruído para trabalhos arqueológicos e em 1970 o Estado começou
 a comprar as casas aos moradores sendo que hoje restam apenas 45 casas habitadas em Anatiofika

A Acrópole que em grego significa "cidade na extremidade" é o principal símbolo de Atenas e património mundial da UNESCO. Trata-se de uma antiga cidadela construída no alto de uma colina escolhida com propósitos de defesa que foi o centro da civilização grega antiga que dominou todo o mundo antigo. O projecto de reconstrução da Acrópole começou em 1975 impediu a destruição total  do monumento proporcionada por séculos de guerras e poluição. As colunas do Partenon, destruídas pelas invasões Venezianas do século XVII foram reconstruídas bem como o chão e o tecto da entrada de Propylaea e o restauro do Templo de Atena Nice que data de 2010.

O Teatro de Dionisio, o mais importante da Grécia Antiga e o berço do teatro ocidental e da tragédia (em cima)
O Erecteion e as suas Cariátides, as colunas com formas femininas que suportam o peso das construções (em baixo)


Do alto da Acrópole é possível ver toda a enorme cidade de mais de quatro milhões de habitantes, um terço da população total da Grécia. Trata-se de uma paisagem ampla de casas brancas que podemos avistar em todas as direcções já que Atenas se situa numa planície rodeada de colinas cuja central é aquela onde se ergue a Acrópoles, sendo que a mais alta é o monte Lycabettus, também um dos pontos a visitar na cidade.

O monte Lycabettus ergue-se entre as muitas casas brancas da cidade capital helénica (dta) 
A vista sobre o Areópago, o conselho de membros da aristrocracia ateniense na antiguidade (esq)

A cidade é marcada por uma não uniformidade no que concerne a estilos arquitectónicos, porque embora em Atenas predominem os monumentos Romanos e Bizantinos, bem como também alguns monumentos de construção Otomana, estes mais recentes, a era clássica deixou também uma herança que ainda é visível na cidade que recebeu os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896.


 Em cima: O centro de Atenas vista do bairro de Kolonaki (esq) Edificios de estilo neo-clássico no bairro de Plaka (dta)
Em baixo: Os ferry-boats ancorados no porto do Pireu (esq) A praça de Omonia, no centro de Atenas (dta)


Para chegar ao cume do monte Lycabettus é preciso passar pelo bairro de Kolonaki que se situa no sopé da colina e trata-se de um bairro cheio de lojas, restaurantes e bares muito procurados à noite. É conhecido como um dos bairros mais ricos da capital. Uma vez no topo de Lykabettus é possível apreciar uma vista sobre a cidade, quanto a mim ainda mais impressionante do que aquela desde a Acrópole, porque a partir do Lycabettus é preciso ver a Acrópole, e o mar.

A pequena capela de São Jorge, que data do século XIX, ergue-se a 277 metros de altitude, no cume do monte Lykabettus


Como Chegar

Eu no alto do Monte Lykabettus
Atenas é um dos principais destinos turísticos da Europa e do Mundo e por existem inúmeras alternativas para lá chegar. Nas minhas três viagens até Atenas, foram diversos os meios de transportes utilizados para chegar até à cidade. Em 2009 cheguei à cidade de autocarro, proveniente da cidade Grega de Igoumenitsa, onde cheguei num navio proveniente de Ancona, em Itália, em 2010 cheguei num ferry proveniente da cidade de Patras, também na Grécia, e em 2012 num comboio proveniente da pequena cidade de Kalambaka, no norte da Grécia, o onde visitei o complexo de mosteiros de Meteora, património mundial da UNESCO.