Wednesday, September 26, 2012

Gjakovë - Đakovica

A Torre do Relógio bem no centro de Gjakove



Antes da guerra a população de Đakovica hoje conhecida pelo nome albanês Gjakovë, era de 145 mil habitantes, sendo que a grande maioria, 93%, eram kosovares albaneses, habitando na cidade apenas cerca de 3 mil kosovares sérvios. No entanto, de acordo com estatísticas de 2011, após os sérvios terem sido forçados a abandonar a cidade, existem apenas 5 sérvios em Gjakovë, que são os monges que vivem no mosteiro de Assumpção de Theotokos.

História

As fracturas étnicas que caracterizam o Kosovo estão bem patentes na cidade de Đakovica ou Gjakovë, começando desde logo pelas diferentes teorias sobre a origem do nome da cidade. De acordo com os Sérvios o nome da cidade Đakovica, deriva da palavra Đak que significa aluno, todavia os albaneses dizem que a cidade Gjakovë tem origem na palavra Gjak, que na língua albanesa significa sangue. 
 
As ruas antigas são charmosas e bem reconstruidas ao ponto de não serem visíveis traços da guerra  (ambas as fotos)

Gjakovë tem origem no final do século XVI, aquando da construção da mesquita Hadum Suleiman Aga Hadum Efendia, no entanto foi no século XX que cidade entrou no mapa dos Balcãs, como uma das cidades que mais sofreu durante os confrontos entre os exércitos Sérvio-montenegrino e Austro-húngaro durante as guerras balcânicas. Há relatos de violência e crimes contra a população não cristã por parte da policia militar Montenegrina, a krilaši.
A cidade foi também das cidades mais afectadas pela Guerra do Kosovo tendo ficado parcialmente destruída tendo-se registado um grande número de mortes de kosovares albaneses às mãos das tropas sérvias que foram acusadas de terem cometido crimes de guerra na cidade.
 
A reconstrução da cidade não está concluída os traços da guerra que destruiu a cidade são ainda visíveis (ambas as fotos)

Unidades militares jugoslavas foram estacionadas no interior e nos arredores da cidade de forma a prevenir possíveis ataques do Exército de Libertação do Kosovo desde a muito próxima fronteira da Albânia. A guerrilha teve uma efeito devastador na cidade que resultou, de acordo com a OSCE, na expulsão de 75% da população pela polícia Sérvia e pelo Exército Jugoslavo.
 
    São inúmeras as casas ainda em tijolo sinónimo da destruição da guerra que ainda assombra a cidade (ambas as fotos)

A cidade acabou por ficar quase inteiramente destruída na sequência dos combates entre o Exército de Libertação do Kosovo e as forças Governamentais da Jugoslávia e foram muitas as mortes de civis vitimas de crimes contra a Humanidade cometidos pelos Jugoslavos
De salientar que a maior parte das acusações de crimes de guerra e contra a Humanidade de que foi alvo Slobodan Milosevic tiveram origem nos crimes cometidos em Đakovica, que está entre as cidades kosovares com maior número de desaparecidos desde a Guerra do Kosovo. A maioria da população kosovar albanesa voltou à cidade no final do conflito e a pouco a pouco a cidade foi sendo reconstruida e as lojas sendo reabertas.

 

A zona de Qarshia e Madhe foi completamente restaurada após ter sido arrasada durante a guerra (ambas as fotos)



Diário de Viagem

Visitei por duas vezes a cidade de Gjakovë, a primeira vez no mês de Novembro de 2011, quando fui com dois amigos visitar amigos comuns ali residentes, e a segunda vez no mês de Março de 2012 quando passe pela cidade em transito para a cidade de Pejë também no Kosovo.

Estátuas em honra de Emin Duraku, mártir comunista natural de Gjakove (esq) e de Madre Teresa de Calcutá (dta)

Ao chegar a Gjakovë a minha primeira impressão era de que se tratava de uma pequena cidade do interior do Kosovo sem muitos pontos de interesse à partida. Ainda mais depois de saber que esta pequena cidade tinha sido uma das cidades mais afectadas de todo o Kosovo durante o período de guerra e um principais locais onde foram travados combates entre as tropas Jugoslavas e o Exército de Libertação do Kosovo pensei encontrar uma cidade nova e sem quaisquer edifícios antigos ou monumentos, daí ter sido uma grande surpresa aquilo com que me deparei na parte mais antiga da cidade.


São muitos os edifícios em tijolo, sem pintura, traços de uma cidade em reconstrução depois de destruída pela guerra(ambas)

Ao caminhar pelas ruas da parte antiga de Gjakovë é fácil perceber que esta zona da cidade foi reconstruida recentemente, mesmo que a reconstrução tenha sido feita de acordo com os traçados Otomanos originais.


Uma taverna num edifício velho em pedra (esq) Uma das ruas da Qarshia, ou bazaar com o velho hotel à direita (dta)

A zona da Qarshia e madhe, ou grande bazaar, é uma bonita zona comercial de construção Otomana que foi completamente arrasada pela guerra. Hoje está reaberta ao público após um grande investimento que permitiu a reconstrução da zona e a reabertura das lojas no local.

A Qarshia e madhe é a zona mais bonita da cidade  (ambas as fotos)

No centro da histórico da cidade o esforço de reconstrução durante o período de pós guerra tem sido imenso. São bastantes os bonitos edifícios da época Otomana que foram reerguidos após a cidade ter sido dilacerada pela guerra. Também se nota a tentativa de voltar a trazer a vida da cidade de volta para a parte antiga: são muitas as lojas, restaurantes e cafés existentes.

O estilo arquitectónico da parte antiga da cidade são talvez a maior herança Otomana (dta)

O meu primeiro dia acabou com um verdadeiro jantar típico albanês de inverno na casa da família dos nossos amigos.

O jantar mais típico que tive durante toda a minha estadia no Kosovo (todas as fotos)

No dia seguinte acordamos bem cedo com a intenção de deixar Gjakovë nessa manhã rumo a Tirana, no entanto quando nos dirigimos à bilheteira da estação de camionagem apercebemo-nos que as ligações a Tirana eram só efectuadas em horário nocturno e por isso tivemos que adiar a nossa partida até depois do jantar.Depois de sairmos da estação de camionagem decidimos andar um pouco até fora da cidade, de forma a ver o terreno onde alguns anos antes tinha havido grandes confrontos entre o Exército de Libertação do Kosovo e as Tropas Jugoslavas pelo controlo da cidade, no entanto não foi uma caminhada muito longa porque era o inicio do inverno e as temperaturas já começavam a baixar bastante.

               Um pastor com as suas vacas à saída da cidade (esq) Eu no caminho de pastores que  segue até fora da cidade (dta)

Decidimos passar as ultimas horas do dia na zona de Qarshia e madhe onde entramos dentro de um café para tomar um café turco, típico na região, deixando passar assim algumas horas até ao jantar.

                      Uma colorida mercearia (esq) Eu e um dos meus amigos na principal rua da Qarshia e madhe (dta)

O dia acabou num restaurante bem no alto de uma colina de onde se podia observar toda a parte antiga da cidade.
        Eu e os meus amigos e colegas de trabalho em Tirana, Alberto e Goran, e os nossos amigos de Gjakove, Donika e Ylle.


Como Chegar

Estrada de acesso a Gjakove desde Prishtine
Chegar a Gjakovë desde Prishtinë leva cerca de uma hora e quarenta minutos. Também é possível chegar a Gjakovë desde Prizren, uma cidade do Kosovo muito próxima da fronteira albanesa, porque o autocarro que nos transportou até Tirana, na verdade levou-nos apenas até Prizren onde tivemos de trocar de autocarro para fazer o trajecto até Tirana. Esta não é no entanto uma cidade que conste de nenhum roteiro turístico da região mas tive curiosidade em visitar, primeiro por saber que tinha sido uma das cidades mais afectadas pela Guerra do Kosovo e que até hoje continua a ser uma das cidades do Kosovo com um maior numero de pessoas ainda desaparecidas, e em segundo lugar por conhecer pessoas que ali vivem e nasceram e poder ali ouvir as suas historias sobre o período em que a guerra afectou a sua cidade.

Sunday, September 23, 2012

Mitrovica - Mitrovicë

Ponte de Mitrovica que divide os dois lados da cidade cruzados pelo rio Ibar, fotografada do lado albanês


A cidade de Mitrovica, em albanês Mitrovicë, situa-se na parte norte do Kosovo, e desde o final da guerra em 1999 encontra-se dividida entre a parte sul de maioria étnica albanesa e a parte norte de maioria étnica sérvia. A parte norte da cidade é a capital de facto do Norte do Kosovo de maioria sérvia. Antes da Guerra do Kosovo a cidade tinha, segundo as estatísticas da OSCE, 116 mil habitantes, sendo 81% destes etnicamente albaneses e apenas 10% etnicamente sérvios sendo os restantes de etnia cigana. Hoje o número de Sérvios na cidade diminuiu drasticamente, e a sua totalidade situa-se na parte norte da cidade dividida pelo rio Ibar.


História


A cidade de Mitrovica é um dos aglomerados populacionais mais antigos conhecidos na região do Kosovo sendo pela primeira vez mencionado no século XIV, em plena Idade Média, como "Civitas Sancti Demetrii", nome atribuído em honra de São Demétrio de Salónica.
A cidade esteve integrada no Reino da Sérvia antes de ser anexada pelo Império Otomano transformando-se neste período numa tipica pequena cidade oriental.
Fotografia de Adem Jashari, na parte sul da cidade,
um dos fundadores e líder do Exército de Libertaçao
do Kosovo, assassinado pelas tropas jugoslavas.
O período de maior desenvolvimento da cidade foi no século XIX quando foram descobertas grandes minas de chumbo que passaram a ser exploradas em grande escala principalmente na região de Trepca tendo a cidade de Mitrovica passado a ser um dos maiores centros industriais da região.
Bandeiras Sérvias na parte sérvia
a norte da cidade dividida pelo rio Ibar
No entanto a dimensão da cidade apenas aumentou após a conclusão da linha férrea até Skopje, em 1875, que passou assim a ligar a cidade ao porto de Salónica
Mais tarde foi construída outra linha de caminho-de-ferro que passou a ligar Mitrovica a Belgrado e consequentemente com outras cidades da Europa Ocidental. Durante a II Guerra Mundial a cidade esteve protegida pelo exército Sérvio, mudando de nome para Titova Mitrovica, no final da guerra, em honra de Tito, passando a integrar a Federação da Jugoslávia.


A ponte que divide as duas partes da cidade é patrulhada por tropas de ambos os lados (ambas as fotos)

A cidade foi um dos maiores palcos das acções militares de guerrilha entre o Exército de Libertação do Kosovo e as tropas Jugoslavas antes do início da guerra. No decurso da Guerra do Kosovo Mitrovica passou a ser a sede de comando de um contingente francês da NATO que compreendia 7000 soldados estacionados na cidade. Mais tarde a presença francesa foi reforçada com um contingente de 1200 militares dos Emirados Árabes Unidos e ainda com um pequeno número de tropas Dinamarquesas.
 
O contingente húngaro na missão KFOR da NATO, é um dos contingentes militares ainda no terreno (ambas as fotos)

Com o final da guerra a cidade tornou-se, e é ainda hoje o maior exemplo das tensões e divisões étnicas existentes no Kosovo. A parte sul da cidade, que foi a parte da cidade menos atingida pela guerra, sofreu um incremento populacional devido à chegado de um enorme número de refugiados albaneses provenientes de aldeias do interior que foram completamente arrasadas pela guerra.
A parte norte da cidade é habitada por cerca de 17 mil Sérvios já contanto com os Sérvios que para ali se deslocaram desde o final da guerra. 

O lado albanês da cidade onde predominam os minaretes (esq) O lado sérvio onde sobressaem os edifícios comunistas

Actualmente a cidade de Mitrovica sempre se revelou o maior foco de tensões étnicas entre kosovares albaneses e sérvios, alimentados pela presença de facções nacionalistas de ambos os grupos étnicos que se colocavam em ambos os lados do rio preparados para disparar sobre qualquer individuo que desejasse passar para o outro lado da ponte. Esta situação foi-se intensificando ao ponto da KFOR e a UNMIK (Missão de Administração interina das Nações Unidas no Kosovo) terem estacionado na cidade um grande número, respectivamente de tropas e polícia que ali se mantêm até hoje. 

Igreja Ortodoxa Sérvia protegida pela KFOR (esq) Carabinieri italianos patrulham o lado albanês (dta)
No entanto as manifestações de ódio étnico continuam a existir apesar da presença de tropas e polícia internacionais no terreno. São comuns motins e manifestações de albaneses contra sérvios ou vice versa que rapidamente degeneram em situações tensas com vários disparos de armas de fogo e com os manifestantes a tentarem passar a ponte até ao outro lado da cidade sendo os seus intentos apenas travados pelas tropas internacionais. Há registos de várias mortes quer de kosovares sérvios quer albaneses em confrontos étnicos após o final da Guerra do Kosovo.
A situação na cidade pode vir a piorar a partir do momento em que as tropas da KFOR e as forças policiais da UNMIK deixarem a cidade, o que deveria ter acontecido em 2012 mas foi adiado.

Diário de Viagem

Visitei a cidade de Mitrovica no mês de Março de 2012 com algumas precauções devido a esta não ser uma cidade recomendável para turistas. Cheguei a Mitrovica vindo desde a cidade de Pejë com o objectivo de efectuar uma pequena escala antes de entrar no autocarro para a capital Prishtinë e considero ter feito uma boa opção ao ter visitado esta cidade.

 
O lado albanês da cidade tem mais pessoas na rua e mais movimento de automóveis apesar de ser Domingo (ambas as fotos)

Como cheguei à cidade a partir de outra cidade do Kosovo o autocarro parou no lado albanês da cidade. 
A minha primeira impressão ao sair do autocarro foi a de que estava numa cidade do Kosovo como qualquer outra. No entanto rapidamente me apercebi que se trata de uma cidade com uma atmosfera verdadeiramente diferente de qualquer uma das outras cidades que eu já tinha visitado no Kosovo.

     No lado albanês predominam as bandeiras da Albânia e dos EUA em detrimento da bandeira nacional (ambas as fotos)

O facto de estar no Kosovo, um Estado independente desde 2008, e de predominarem bandeiras albanesas face à bandeira nacional do país onde me encontro é uma situação completamente nova para mim. Também não é agradável andar a rua a falar uma língua estrangeira que não albanês, e ver o olhar desconfiado de muitos locais a quererem saber de onde somos e o que achamos da Sérvia. Todavia, esta situação só me deu ainda mais vontade de me deslocar à parte norte da cidade de forma a ver o que lá se passa.

                 O acesso à ponte a partir do lado albanês (esq) As indicações, a ter em conta, à entrada da ponte (dta)

Claro que na cidade as informações e indicações são quase inexistentes e isso tornou bem mais difícil a minha tarefa de querer chegar à ponte de forma a passar para o lado sérvio, visto não me parecer de bom tom perguntar a um qualquer kosovar albanês o caminho para o lado sérvio da cidade. Assim, mal avistei o primeiro polícia carabinieri italiano perguntei-lhe como me poderia dirigir até à ponte, depois de ele me responder à questão optei ainda por perguntar-lhe se era seguro passar para o outro lado da cidade, ao que ele me respondeu "sim, não há problema algum. A ponte é nova e muito bonita".
                                           Zona de acesso à ponte do lado albanês (ambas as fotos)

Eu tinha conhecimento que as tensões étnicas se tinham agudizado muito em Mitrovica após a declaração da independência do Kosovo, no dia 17 de Fevereiro de 2008, e que tinha havido uma reacção violenta dos kosovares sérvios à independência da região, tornando-se comuns situações como polícias etnicamente sérvios recusarem-se a estar sob comando de autoridades etnicamente albanesas, não aceitarem a jurisdição dos tribunais kosovares

Estação de Autocarros de Mitrovica, do lado Albanês
A situação intensificou-se de tal forma do lado sérvio da cidade que as tropas internacionais chegaram a retirar dali as suas tropas após a explosão de uma granada de mão ter ferido com gravidade pessoal das Nações Unidas e da NATO. Por isso quando vi as barreiras de areia a travar o acesso de veículos motorizados à ponte, bem como adolescentes albaneses a olharem desconfiadamente para mim quando me ia aproximando da ponte achei por bem manter-me no flanco albanês devido a não saber bem o que me esperava no lado sérvio, a juntar ao facto de ter de voltar a passar a ponte para apanhar o autocarro rumo a Prishtinë, a capital do Kosovo e a minha próxima paragem.
 
          Eu ainda na zona de acesso à ponte (esq) O lado albanes junto ao rio Ibar, com a vista sob o lado sérvio (dta)

A mesma situação que se passou comigo do lado albanês passou-se com uma amiga minha italiana do lado sérvio. Ela chegou a Mitrovica a partir da Sérvia, e acabou por visitar apenas o lado Sérvio da cidade, não cruzando a ponte tal como eu. Eu já tinha tido pena de não ter visitado a parte norte da cidade, mas depois de ver as fotografias da minha amiga ainda fiquei mais decepcionado. Com a sua devida permissão publico algumas das suas fotografias:

             Interior e exterior de uma igreja Ortodoxa Sérvia no lado norte de Mitrovika (esq e dta respectivamente)
 
              Mensagens nacionalistas pintadas nas paredes dos edifícios da parte norte da cidade (ambas as fotos)
 
       Propaganda eleitoral anti-europeia e pró-russa na parte norte da cidade que vota como município sérvio (ambas as fotos)
                              Mensagens nacionalistas sérvias nas paredes (esq) Entrada da ponte do lado sérvio (dta)


Analisando os acontecimentos que se têm vindo a registar dos dois lados da cidade desde a declaração de independência do Kosovo, e após ter visitado a cidade, creio que as presença militar e policial internacionais da KFOR e UNMIK respectivamente são um garante de paz para as populações etnicamente diferentes dividas pelo rio Ibar.
Acampamentos  Militares das Nações Unidas
Confrontando os ódios que ainda hoje subsistem e que parecem estar a incrementar do lado sérvio que se sente cada mais isolado e sem apoios, penso que que a saída das forças internacionais do terreno possa abrir um espaço sem precedentes desde há vários anos para que se venham a verificar grandes confrontos étnicos na cidade face aos quais não sei se o recente aparelho policial kosovar albanês estará em condições de responder da melhor forma.
 
             Edifício antigo construído durante o domínio jugoslavo (esq) Interior de uma "kafana" ou taverna albanesa (dta)

  
Como Chegar

Chegada a Mitrovica pelo lado Sérvio
Eu entrei em Mitrovica pelo lado albanês porque viajava num autocarro desde Pejë, também no Kosovo. No entanto, quem aqui se desloca a partir da Sérvia terminará a viagem no terminal de autocarros na parte sérvia da cidade, a norte. Caso não existam ligações na cidade onde nos encontramos devemos sempre dirigir-nos a Prishtinë, uma cidade acessível de qualquer ponto dos Balcãs, excluindo a partir da Sérvia, e daí apanhar um dos muitos autocarros para Mitrovica.
De salientar que além de existirem muitas ligações a Mitrovica, de qualquer cidade do Kosovo, e também algumas desde a Sérvia não é recomendável visitar esta cidade visto não estarem ainda, nem proximamente, as condições ideais de segurança para que isto se verifique. Mesmo assim, se optar por visitar a cidade, é necessário ter em atenção que é quase impossível comunicar em inglês, existindo no entanto algumas pessoas que falam o alemão devido a grande Diáspora kosovar albanesa em países de língua germânica, como a Suíça, Áustria e a própria Alemanha. Evitar o uso da língua sérvia no lado albanês e da língua albanesa no lado sérvio, e evitar circular em solo kosovar, e ainda mais em Mitrovica com carros de matricula sérvia.